sábado, 10 de dezembro de 2011

Dia internacional dos Direitos Humanos


Em 1945, com o final da 2ª Guerra Mundial, os Estados ganham a consciência das atrocidades e dos crimes cometidos durante o conflito, o que os leva a criar a 
Organização das Nações Unidas (ONU), com o objectivo de garantir a paz no mundo.
Foi através da Carta das Nações Unidas, assinada a 20 de Junho de 1945, que os povos exprimiram a sua determinação «em preservar as gerações futuras do flagelo da guerra; proclamar a fé nos direitos fundamentais do Homem, na dignidade e valor da pessoa humana, na igualdade de direitos entre homens e mulheres, assim como das nações, grande e pequenas; em promover o progresso social e instaurar melhores condições de vida numa maior liberdade.»






10 de Dezembro de 1948, a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou a Declaração Universal dos Direitos Humanos:


"A Assembleia Geral Proclama a presente Declaração Universal dos Direitos do Homem como ideal comum a atingir por todos os povos e todas as nações, a fim de que todos os indivíduos e todos os órgãos da sociedade, tendo-a constantemente no espírito, se esforcem, pelo ensino e pela educação, por desenvolver o respeito desses direitos e liberdades e por promover, por medidas progressivas de ordem nacional e internacional, o seu reconhecimento e a sua aplicação universais e efectivos tanto entre as populações dos próprios Estados membros como entre as dos territórios colocados sob a sua jurisdição."

 Artigo 1.º
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade. 

 Artigo 3.º
Todo o indivíduo tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.

Artigo 4.º
Ninguém será mantido em escravatura ou em servidão; a escravatura e o trato dos escravos, sob todas as formas, são proibidos. 
 Artigo 9.º
Ninguém pode ser arbitrariamente preso, detido ou exilado.

 Artigo 18.º
Toda a pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião; este direito implica a liberdade de mudar de religião ou de convicção, assim como a liberdade de manifestar a religião ou convicção, sozinho ou em comum, tanto em público como em privado, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pelos ritos. 

 Artigo 26.º
1. Toda a pessoa tem direito à educação. A educação deve ser gratuita, pelo menos a correspondente ao ensino elementar fundamental. O ensino elementar é obrigatório. O ensino técnico e profissional deve ser generalizado; o acesso aos estudos superiores deve estar aberto a todos em plena igualdade, em função do seu mérito.
2. A educação deve visar à plena expansão da personalidade humana e ao reforço dos direitos do homem e das liberdades fundamentais e deve favorecer a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e todos os grupos raciais ou religiosos, bem como o desenvolvimento das actividades das Nações Unidas para a manutenção da paz.
3. Aos pais pertence a prioridade do direito de escolher o género de educação a dar aos filhos. 

Consulta a página da Amnistia Internacional
E a página da Unicef sobre os direitos da crianças
Também podes dar um salto aqui: Educação para Todos







quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

"Loucos anos 20"

Alguns aspectos dos anos 20 em Portugal 


Futebol: Fulminense - Sporting (1928)



Ciclismo - Volta a França (a primeira foi em 1903)


Atletismo (cenas do filme: momentos de glória)


Boxe - Trailer do filme Cinderela Man (James Braddock)


Automobilismo - As primeiras corridas (acidentes)


Viver nos anos 20



Fatos de Banho dos anos 20 do século XX 
A música é um Jazz tocado por  Louis Armstrong

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Jogo de Futebol: Portugal - Itália (1929)

Assiste a um jogo de futebol de 1929 entre Portugal e Itália.
A partir dos 5 minutos podes ter a noção de quantas pessoas assistiam ao jogo no placard instalado no jornal Diário de Notícias... clica na foto!

Foto da Biblioteca de Arte-Fundação Calouste Gulbenkian
Jogo: Portugal 4 Itália 1, realizado em 15 de Abril de 1928, no campo do Ameal, na cidade do Porto
O jogo do filme foi realizado a 1 de Dezembro de 1929, em Itália, a equipa italiana ganhou 6-1


Revisões para o 2º teste (9ºano)

1. Crise e Queda da monarquia (1890-1910)
  • 1890 Ultimato Inglês: onda de nacionalismo e patriotismo habilmente aproveitado pelo partido republicano, o prestigio da monarquia é abalado.
  • 31 de Janeiro de 1891: tentativa de revolução republicana no Porto
  • Década de 1890: grave crise económica e financeira.
  • Partido republicano ganha adeptos: fruto da propaganda que defendia o fim da monarquia.
  • 1 de Fevereiro de 1908 dá-se o Regicídio, o rei D. Carlos é assassinado em Lisboa. 
  • 5 de Outubro de 1910: uma revolução derrubou a Monarquia e implantou um novo regime a Republica. 
2. A 1ª Republica 
  • Governo provisório (Teófilo Braga): dirige o país até estar pronta a nova Constituição e haver eleições. 
  • A Constituição de 1911 estabeleceu um regime parlamentar
    • Poder executivo: Presidente de República e Governo
    • Poder legislativo: Congresso da República (Câmara dos deputados e Senado, equivalente aquilo que hoje chamamos de Assembleia da República). O poder legislativo sobrepunha-se ao executivo, o que obrigava a que os governos precisassem do apoio de uma maioria para governar. 
    • Poder Judicial: Tribunais 
2.1 A Principais Realizações 
  • Novos simbolos
    • Bandeira
    • hino - A Portuguesa
    • Moeda - Escudo
  • Na economia
    • Agricultura: mecanização + adubos = pequeno aumento da produção 
    • Industria: melhorias e aumento de produção nos têxteis, conservas, moagem, metalurgia, cortiça, tabacos, química, e cimentos - destinava-se ao mercado interno. 
    • Comércio: algumas melhorias nos meios de transporte, a balança comercial continuou a ser deficitária e moeda desvalorizou. 
  • A nível social
    • Lei da separação do Estado da Igreja: Num país extremamente católico foi uma medida anticlerical que não ajudou a republica a impor-se
    • Registo civil obrigatório
    • Lei do divórcio 
    • leis laborais: direito à greve, redução do horário de trabalho, descanso semanal, subsídios de doença, acidentes e velhice (medidas que não foram cumpridas pelos industriais o que levou à greve. à revolta dos trabalhadores e ao aumento da emigração para o brasil). 
    • aposta na educação: 
      • obrigatoriedade e gratuicidade do ensino até aos 10 anos; 
      • novas escolas primárias e jardins-escola
      • ensino técnico; 
      • novas Universidades em Lisboa e no Porto... 
      • formação de professores
      • A taxa de analfabetismo desceu ligeiramente, mas ainda continuou demasiado alta. 
    • Na Cultura: novos museus, bibliotecas, conferências, concertos, etc. 2.2 As dificuldades da 1ª república.
2.2 As dificuldades da 1ª república.
  • Instabilidade Política 
    • 45 governos em 16 anos 
    • divergências no partido republicano
    • conspirações armadas
    • golpes de Estado
    • guerras civis
  • Participação de Portugal na 1ª Guerra Mundial
  • Agravamento da situação económico-financeira
    • aumento da inflação
    • aumentos dos impostos
    • diminuição do poder de compra
    • falta de bens essenciais 
  • Agitação social
    • desemprego
    • greves
    • insegurança pública (atentados bombistas)
2.3 Ditadura Militar (1926-1933)
  • Implantada no golpe militar de Gomes da Costa 
    • dissolução do parlamento
    • estabelecimento da censura
    • controlo das finanças por Oliveira Salazar (futuro presidente do conselho de ministros e líder do Estado Novo a ditadura que governou Portugal entre 1933 e 1974)
3. Época de Mudança na Sociedade
  • Belle Époque
    • preponderância da alta burguesia:
      • frequentava espectáculos de ópera, teatro, cafés concertos
      • convivia nos jardins públicos, termas e praias
      • assistia a partidas de ténis e a concursos hípicos 
      • com mentalidade tradicional e conservadora
    • as classes médias passaram a ter um peso mais importante na sociedade
      • influenciam a opinião pública 
    • operariado com melhores condições de vida e trabalho graças ao sindicalismo
      • diminuição das desigualdades sociais 
      • aproximação dos níveis de vida
      • acesso fácil aos bens de consumo (para as classes médias e operariado)
  • Loucos anos 20
    • emancipação da mulher
    • modificação na moda
    • intensa vida de lazer
  • Cultura de Massas
    • imprensa (BD, Jornais, Revistas...)
    • cinema
    • rádio
    • novos ritmos musicais (Cherleston, Foxtrot, Jazz)
    • desporto (futebol, atletismo, ciclismo, automobilismo, boxe...)
  • Revolução nas ciências físicas e nas ciências humanas e sociais 
    • física e física nuclear
    • astrofísica
    • biologia
    • bacteriologia
    • bioquímica
    • sociologia
    • psicologia
    • história...

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Revisões para o 2º teste - 8º Ano

 Descobrimentos e Expansão Ultramarina 

  • Nos inícios do século XV, uma grave crise socioeconómica lançou a Europa nos Descobrimentos 
  • Condições favoráveis:
    • Técnico-científicas 
      • domínio de técnicas de navegação
      • utilização de instrumentos de orientação
    • Sociais 
      • Nobreza: combater os Mouros e obter privilégios
      • Clero: espalhar a fé cristã 
      • Burguesia: descobrir novos mercados e produtos para o comércio 
      • povo miúdo: melhorar as suas condições de vida
  • A prioridade de Portugal:
    • Rumos da expansão
      • Conquistas no Norte de África
        •  Ceuta 1415; 
        • Alcácer Ceguer 1458
        • Arzila e Tânger 1471
      • Descoberta e colonização das ilhas atlânticas:
        • Madeira 1419/20 
        • Açores 1427
      • Exploração da costa ocidental africana
        • 1434 Gil Eanes dobra o Cabo Bojador
        • 1460 Morte do Infante D Henrique, grande impulsionador das descobertas
          • Portugal já tinha chegado à Serra Leoa e o Arquipélago de Cabo Verde tinha sido descoberto
      • O rei Afonso V, depois da conquista de Constantinopla pelos Turcos em 1453, empenhou-se na cruzada contra os "infiéis" no Norte de África e conquista algumas praças muçulmanas:
        • Alcácer Ceguer 1458
        • Arzila 1471
        • Tânger 1471
        • O rei entrega a exploração e descobrimento da costa africana a Fernão Gomes, um mercador privado (1469-1475)
          • chega ao Cabo de Santa catarina em 1475, termina o contrato
  • A política Expansionista de D. João II
    • D. João II toma a seu cargo a "empresa dos descobrimentos" (1474/75)
    • Castela entra na corrida e cobiça as Ilhas canárias e o comércio do Golfo da Guiné
      • Tratado de Alcáçovas-Toledo 1479/80
        • Castela fica com o direito de explorar as Canárias 
        • Portugal tem o direito de explorar as terras e os mares a sul do paralelo 27, ou seja a sul do cabo Bojador
    • D João II intensifica a exploração da costa africana enviando navegadores e mandando construir feitorias ao longo da costa; envia exploradores por terra ao Oriente. 
      • 1483 a 1486 Diogo Cão, descobre da foz do rio Zaire  ao Cabo Padrão
      • 1488 - Bartolomeu Dias dobra o Cabo das Tormentas 
        • Encontra a passagem do Oceano Atlântico para o Oceano Índico
        • Abre caminho para a chegada à Índia que D. João II tanto ambicionava. 
      • 1487 - Pêro da Covilhã e Afonso Paiva vão por terra recolher informações sobre o que poderia esperar os portugueses no Oriente
        • têm como objectivo encontrar um suposto reino cristão no meio de reinos muçulmanos, o lendário reino do Preste João.
  • O tratado de Tordesilhas 
    • 1492 Cristóvão Colombo chaga às Antilhas pensando que tinha chegado à Índia por Ocidente. 
      • D. João II reclama essas terras por se encontrarem abaixo da linha imaginária traçada no tratado de Alcáçovas Toledo
      • 1494 é assinado novo tratado em Tordesilhas entre Portugal e Espanha
        • o mundo é dividido em duas áreas de navegação e comércio exclusivas para Portugal e Espanha
          • Teoria do Mare Clausum  (mar fechado), ou seja, só Portugal e Espanha tinham o direito de navegar nos oceanos e fazer comércio nas terras agora descobertas 
    • 1495 Morte de D. João II
    • Sucede-lhe D. Manuel I
      • a 8 de Julho de 1497 sai de Lisboa uma frota de três naus, comandada por Vasco da Gama com o Objectivo de Chegar à Índia.
        • A viagem é atribulada
        • Chega a Calecute, na Índia  no dia 20 de Maio de 1498, 10 meses depois da partida 
      • 1500 Pedro Alvares Cabral descobre o Brasil, ia a caminho da Índia. 
  • Construção do Império Português no Oriente
    • Na Índia, a presença de mercadores muçulmanos prejudicava os portugueses pelo que era necessário ter uma posição de força, assim: 
      • D. Manuel nomeia, em 1505, Francisco de Almeida, 1º vice-rei da Índia com objectivo de assegurar o domínio português no Oriente
        • Aposta no domínio dos mares através de uma poderosa frota de naus (armada) muito superior à dos muçulmanos. 
      • Em 1509, é a vez de Afonso de Albuquerque ser nomeado 2º vice-rei da Índia
        • tem uma política distinta do seu antecessor:  procura controlar pontos estratégicos em terra conquistando importantes praças como Ormuz Goa ou Malaca onde manda construir fortalezas
    • No século XVI Portugal controla praticamente todas as rotas comerciais no Oriente. 

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Revisões para o teste 2 - 7º Ano

1- Sedentarização e Formação de aldeamentos 

  •  Aparecimento da agricultura e a criação de gado:
    • O Homem tornou-se produtor (economia de produção)
    • Sedentarizou-se (passou a viver junto das terras férteis - grandes rios: Tigre, Eufrates, Nilo, Indo, Amarelo)
    • Fez progressos na técnica artesanal: 
      • pedra polida, 
      • cerâmica, 
      • cestaria, 
      • moagem 
      • tecelagem
    • Melhorou a alimentação
    • Aumentou a população: 
      • Formação das primeiras aldeias (médio oriente: Çatal Huyuk - Turquia; Jericó - Israel; Jarmo - Iraque). 
    • Diversificou as actividades e as funções: 
      • agricutores
      • pastores
      • artesãos 
      • guerreiros
      • sacerdotes
      • chefe
  • A divisão do trabalho e as diferenças de riqueza levaram à:
    • Diferenciação social
2- Cultos Agrários 
  • Culto da terra mãe - Culto da Natureza:
    • pequenas estatuetas 
  • Culto dos mortos: 
    • Monumentos megalíticos:
      • antas ou dólmens 
      • alinhamentos
      • menires
      • cromeleques
3- Civilização Egípcia (Nordeste de África desde de 3500 a.C.) 
  • Rio Nilo
    • Inundações depositam aliviões (detritos arrastados pela água):
      • fertilizam os solos 
    •  abundância de água
    • dá vida ao Egipto, evita que seja um deserto
    • considerado um deus para os egípcios 
  • Organização económica
    • agricultura 
    • pecuária
    • artesanato
    • comércio
    • caça
    • pesca
  • Organização social estratificada
    • 1º Faraó 
      • poder sacralizado: considerado filho do deus sol e um deus vivo na terra:
        • Monarquia Teocrática (o poder vem de deus)
      • poder absoluto: sumo-sacerdote, juiz supremo, chefe do exército  
    • 2º sacerdotes e altos funcionários:
      • culto dos deuses e funções administrativas
    • 3º escribas:
      • contabilistas, cobradores de impostos, magistrados 
    • 4º soldados
      • garantiam a defesa do Egipto de invasões de povos estrangeiros
    • 5º comerciantes, artífices e camponeses
      • trabalhavam nas suas profissões por conta própria ou serviam os grupos priviligiados
    • 6º escravos
      • prisioneiros de guerra, sem direitos, faziam os trabalhos mais difíceis e pesados. 


Jogos e actividades sobre o Antigo Egipto

Dá um salto a esta página(clica na imagem), estou seguro que te vai ser útil no estudo para o próximo teste.

Pintura mural de um túmulo retratando
 trabalhadores lavrando os campos,
a colheita das culturas e a debulha
de cereais sob a direção de um supervisor.

Restauração da Independência - 1 DEZ. 1640

 Hoje, dia 1 de Dezembro é feriado em Portugal. Nesse dia comemora-se o Dia da Restauração da Independência. 

Descobre porquê.

Aclamação de D. João IV
Em 1580, o reino de Portugal passou a estar unido ao reino de Espanha por união dinástica. Filipe I (Filipe II de Espanha) jurou, nas Cortes de Tomar (1581), respeitar as leis e os costumes de Portugal, entre os quais a manutenção da língua portuguesa como única língua oficial. Inicialmente, esta união era desejada pela nobreza e pela burguesia que assim tinham ao seu alcance o alargamento do protagonismo político e comercial, uma vez que a Espanha era na altura um dos reinos mais poderosos e influentes da Europa. Este optimismo foi defraudado no reinado de Filipe III (Filipe IV de Espanha).   Este monarca, mais arrogante em relação aos direitos dos portugueses, optou por não respeitar o juramento das Cortes de Tomar e unificou institucionalmente as duas coroas. Por outro lado, verificou-se um certo descontentamento por parte de alguns nobres que por razões de distância se viram afastados da Corte, situada em Madrid. Por seu turno, a burguesia viu-se afastada dos negócios ultramarinos da Espanha e assistiu à progressiva perda das possessões portuguesas no ultramar: holandeses e ingleses atacavam as colónias portuguesas, sem que Madrid tomasse alguma iniciativa para as defender. A este clima de insatisfação veio juntar-se o descontentamento do povo, que, nas "Alterações de Évora e do Algarve", em 1637, se manifestou contra a fome e a subida do preço do trigo. Porém, o povo não participou no golpe palaciano que, a 1 de dezembro de 1640, restituiu o governo à Casa de Bragança. A Restauração ficava a dever-se a um grupo de nobres e de letrados, e nem mesmo o oitavo duque de Bragança teria participado. O oitavo duque de Bragança, influenciado por Richelieu, que lhe havia prometido apoio militar caso ele se revoltasse contra a Espanha, acabou por acudir aos desejos dos organizadores do golpe de 1 de dezembro e foi coroado a 15 de dezembro de 1640. D. João IV, no sentido de consolidar a Restauração, desenvolveu a diplomacia e organizou o exército. D. João IV enviou diplomatas às principais cortes europeias com o objectivo de conseguir o reconhecimento da independência e de obter apoios financeiros e militares. Surgiu uma vasta bibliografia político-jurídica no sentido de justificar a Restauração: Manifesto do Reyno de Portugal de António Pais Viegas (1641), A Arte de Reynar (Bruxelas, 1642), A Justa Aclamação de Velasco de Gouveia (Lisboa, 1642), Usurpação, Retenção e Restauração de Portugal de João Pinto Ribeiro (Lisboa, 1642), Lusitania liberata ab injusto Castelhanorum dominio restituta de António de Sousa de Macedo (Londres, 1642). 
Foi necessário justificar que D. João IV não era um rebelde mas sim o legítimo herdeiro do trono, que havia sido usurpado por Filipe II de Espanha. D. João IV assume-se como o herdeiro de Catarina de Bragança, candidata ao trono e afastada por Filipe II em 1580.
Das Cortes de 1641, saiu também uma nova doutrina que defendia que o poder provinha de Deus através do povo, que, por sua vez, o transferia para o rei. Em caso de usurpação ou tirania, o povo tinha o poder de destituir o rei, precisamente o que aconteceu com Filipe IV. Os primeiros embaixadores a serem enviados foram Francisco de Melo e António Coelho de Carvalho. Em janeiro de 1641 partiram para a França de Luís XIII, reino que estava em guerra com a Espanha e que havia estimulado a independência portuguesa como forma de enfraquecer o seu inimigo. Outros se seguiram para outras cortes: Antão Vaz de Almada (Inglaterra), Tristão de Mendonça Furtado (Holanda), D. Miguel de Portugal (Roma), Francisco de Sousa Coutinho (Dinamarca e Suécia) e Jorge de Melo (Catalunha). Numa primeira fase, os confrontos militares não tiveram grande significado. A Espanha estava envolvida na Guerra dos 30 Anos e na revolta da Catalunha, pelo que não pôde dar uma resposta eficaz à revolta portuguesa. Os exércitos utilizados na guerra contra Portugal eram de qualidade inferior, o que permitiu a Portugal organizar e aperfeiçoar o seu exército com a chegada de novos efetivos e a utilização de oficiais e técnicos estrangeiros de qualidade. A primeira investida séria espanhola deu-se, já no reinado de D. Afonso VI, em 1663, e teve como consequência as conquistas de Évora e de Alcácer do Sal. Contudo, nesse mesmo ano, os espanhóis foram derrotados na Batalha do Ameixial. Em 1664, os portugueses voltam a vencer na Batalha de Castelo Rodrigo e, em 1665, na Batalha de Montes Claros. A guerra durou quase três décadas e terminou, já com D. Pedro II, através da assinatura de um tratado de paz, em 1668, no qual a Espanha reconheceu a independência de Portugal.

    Restauração. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2011.